Com 821 membros, grupo “ENEM CsF” no Facebook tornou-se fórum de discussões sobre a nova regra no programa
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RIO - Estudantes prejudicados com a inclusão do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) como pré-requisito para a candidatura a uma bolsa de
graduação no programa Ciência Sem Fronteiras criaram uma petição
eletrônica no site Avaaz para que o Ministério da Educação (MEC) reveja a
decisão. Até a manhã desta quarta-feira (05), 4.804 assinaturas já
haviam sido coletadas.
De
acordo com o documento, "os critérios considerados como de desempate
(Carga horária cumprida, Projetos de Iniciação Científica, Prêmios
Acadêmicos) deveriam ter maior peso em relação ao ENEM, que como o
próprio nome diz, refere-se aos estudos do segundo e não terceiro grau".
A
petição inclui ainda um link com a reportagem do GLOBO que mostra erros
graves de Português em redações nota máxima do Enem para argumentar que
o exame não seria um parâmetro adequadro de seleção para o Ciência Sem
Fronteiras.
Desde que o Ciência sem Fronteira foi criado, em julho
de 2011, o Enem era usado apenas como critério de desempate entre os
candidatos. Por isso, muitos potenciais candidatos, que não prestaram o
Enem em anos anteriores, estão automaticamente fora da seleção
realizadas pelo Ciência Sem Fronteiras. A nova exigência está citada em
uma matéria publicada no referido site, no dia 24 de maio, três dias
antes, portanto, do encerramento das inscrições do Enem 2013.
Os
estudantes tem como meta alcançar a marca de cinco mil assinaturas. Eles
pretendem levá-las ao ministro, Aloizio Mercadante, e ao presidente do
CNPq, Glaucius Oliva.
No Facebook, foi criado um grupo chamado
"ENEM CsF", com 821 membros. Lá, universitários prejudicados com a nova
regra organizam o movimento e discutem alternativas para assegurar a
candidatura a uma bolsa no programa. Eles estudam a possibilidade de
todos entrarem juntos com um mandado de segurança preventivo conta a
alteração na seleção do exame.
A estudante de Arquitetura e
Urbanismo da Escola Superior de Tecnologia e Educação de Rio Claro,
Luciane Giusti, é uma das que pretende participar da ação. Sem ter se
inscrito na edição deste ano do exame, ela teria agora que esperar até o
ano que vem para realizar a prova, e assim, poder participar do
processo seletivo do Ciência Sem Fronteiras.
- Fiz o Enem em 2003,
quando saí do colegial, mas nunca precisei dele para entrar na
faculdade. Eu me sinto totalmente despreparada para estudar matérias do
ensino médio agora.
Em nota, o governo federal afirmou que "não
abre mão do Enem como o principal critério de seleção de candidatos à
bolsa de estudo no programa Ciência sem Fronteiras, uma vez que o
referido exame não é apenas um indicador de qualidade para o ensino
médio, mas também um dos instrumentos de política publica voltado a
permitir maior democratização das oportunidades de acesso ao ensino
superior".
Além disso, ressaltou o governo na nota, instituições
estrangeiras já utilizam o Enem como parâmetro de "qualidade e alocação"
de brasileiros.
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